O sismo que destruiu grande parte da capital do Haiti, há dois anos, poderá ser a manifestação de um novo ciclo de actividade sísmica com futuros tremores de terra devastadores, concluiu uma investigação publicada na quinta-feira nos EUA.Segundo os autores do estudo liderado por William Bakun, da U.S. Geological Survey, os arquivos históricos revelam uma actividade sísmica frequente nas Caraíbas nos últimos 500 anos, mais particularmente na ilha de Hispaniola, partilhada pelo Haiti e pela República Dominicana.
Sismólogos apoiaram-se em numerosos relatos de destruições provocadas por diferentes tremores de terra para avaliar a sua intensidade, a sua situação geográfica e amplitude e, assim, elaborar um modelo.
No estudo, publicado no Boletim da Sociedade Americana de Sismologia, os autores descrevem uma série de sismos devastadores ocorridos no século XVIII na falha de Enriquillo, que atravessa a ilha de Hispaniola de este a oeste.
Um abalo de magnitude 6,6 ocorreu em 1701 no Haiti, muito próximo do epicentro do violento sismo de 12 de Janeiro de 2010, de magnitude 7,0, que matou mais de 200 mil pessoas. De acordo com os cientistas, as descrições dos abalos e da sua intensidade são semelhantes.
A 3 de Junho de 1770 registou-se um tremor de terra de magnitude 7,5, a oeste da zona do sismo de 2010, que ocorreu após 240 anos de pausa sísmica. Para William Bakun, do Instituto de Geofísica norte-americano e um dos co-autores do estudo, a falha Enriquillo “parece novamente activa”.
Os especialistas aconselham, por isso, o Haiti e a República Dominicana a prepararem-se para sismos de uma intensidade semelhante aos que se verificaram.
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